terça-feira, 27 de julho de 2010
O ébrio
Prefiro a melancolia do bêbado do botequim à arrogância dos bêbados de chiques bares dos mais badalados pontos das capitais brasileiras. Existe algo de sincero no que a sabedoria etílica demonstra nesses momentos que não mais serão lembrados no dia seguinte. Mesa de bar até que é mais confortável (e animado) do que um divã. Tá certo que você conta toda sua vida a um estranho profissional que estudou pra entender o incompreensível. Já na liberdade dos bares, apenas amigos sentam-se ao seu lado para filosofar.
Não vão julgar os bêbados, pois gênios como Vinícius de Moraes, eram chegados numa pinga. Há quem diga que suas melhores composições sugiram numa maguaça só. E os poetas? Enebriados não apenas pelo álcool ou pelo devastador absinto, e logicamente com um dor de cutuvelo sem fim, produziram ícones do romantismo mundial.
Gente, como já se sabe, o que o álcool não faz, nada mais fará. Quando o mancebo vai soltar o xaveco pra garota, ele pega logo um copo cheio de algo que tenha álcool, seja o que for. “Abre-te guela que lá vai ela”, assim ele diz. A coragem surge na proporção que o frescor vai descendo a garganta.
É lá na mesa do bar que o mundo decide seu destino. Mulher, futebol, negócios, política, e a vida alheia são os assuntos que fazem a roda. Até Vicente Celestino, em sua canção ébrio, colocou o tema em questão. Reginaldo Rossi, altamente conhecido pelo seu hábito de cantar meladaço, tem como seu sucesso mor: garçom!
Nelson Gonçalves em seu auge era o senhor dos boêmios. Zeca Pagodinho herdou a alcunha. Não larga a cerva. Ultimamente até que não, a saúde precisa de atenção, caro sambista. Lula nem cito....Garrincha deu um ponto final em sua carreira e vida por causa da maldita.
E por aí vai...Pelo amor de Deus, não cá estou incitando o alcoolismo ou a esbórnia desenfreada por meio do álcool. Jamais. Quem nunca tomou um porri, ora? Levante a mão quem não tem história de uma cachaça bem tomada. Quando comemoramos? Fazemos o que? Bebemoramos!!!
Até por que quem não bebe, não tem história, num é verdade?
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