Um blogueiro amigo meu publicou um post em seu blog sobre a paz na cidade em que nasci: Satuba, região Metropolitana de Maceió (AL). A origem é pacata, como se trata de uma localidade que serve, em sua maioria, como cidade dormitório, pois grande parte de seus moradores trabalham na capital, o município nunca teve lá esses problemas de segurança pública.
Mas um município com aproximadamente 15 mil habitantes sofre justamente com a proximidade com a capital. Cientistas sociais tentam explicar o fenômeno da explosão da violência na capital alagoana. É que segundo eles, quando uma cidade chega a 1 milhão de habitantes é natural um estampido de violência nos bolsões de pobreza.
Anos e anos sem investimentos em segurança pública, policiais desmotivados e relaxados, tráfico de drogas tomando as periferias, tudo isso respinga na pequenina Satuba. Porém, em idos da década de 1990, um empresário local se apresenta como candidato à prefeitura local.
Eu conheci Adalberon de Morais de perto, ele frequentava minha casa, mas nem por ele despistava seu gênio complicado. Apenas respeitava. Era extremamente controverso em suas atitudes. Um administrador completo, de simples motorista de caminhão, ele conseguiu construir um império. Beron, como era chamado pelos íntimos, tinha uma frota de caminhões que rodava pelo país, tinha postos de combustíveis e demais negócios.
O então candidato e depois eventual prefeito não era bobo, sempre muito justo, odiava bajulação, porém sempre confiou, ou nunca confiou em seus comandados. Premiava os seus fiéis servidores, e intolerante com os maus empregados. Particularmente nunca tive nada contra ele, porém como pessoa não era lá tão popular. O seu carisma se deve a sua gestão, sem correções, como prefeito de Satuba por dois mandatos.
Foi ele que eletrificou e calçou a área rural, deu casa e água, mas não deixaram fazer o resto, ou apenas seu gênio descontrolado que o impediu? Ele é acusado de crimes como o assassinato do professor Paulo Bandeira, em 2003. Crime pelo qual a mídia em geral caiu de pau nele. Com razão, é evidente. As provas apontam pra ele, mas como nessa República das Alagoas que bem conheço, não duvido de nada.
Se me perguntarem se foi Adalberon que matou o professor, eu respondo piamente, que não foi ele o assassino. Uma pessoa com um perfil tão estratégico, inteligente e com planos políticos no município vizinho Santa Luzia do Norte, não faria tal barbárie. Não seria tão burro de cometer um crime às vésperas de uma campanha eleitoral.
Naquele tempo, Adalberon como não tinha língua presa esculhambou uma corja de juízes corruptos em um restaurante maceioense. O então prefeito de Satuba era também crítico ácido do então governador Ronaldo Lessa. Ou seja, ele tinha inimigo em todas as cúpulas....enfim!
A paz em Satuba como disse meu colega blogueiro é perceptível. E a comemoro. Acrescento para meu parceiro que dois personagens ainda configuram esse quadro de violência local. A ausência do Sérgio, não é, como disse o blogueiro, a justificativa pela tranquilidade na cidade, mas até a falta de Ciro da Vera Cruz por essas bandas é um motivo.
Ciro da Vera Cruz é o braço mais armado do deputado estadual afastado Antonio Albuquerque. Conhecido pelas terras sertanejas e por nossos colegoas jornalistas como uma pessoa extremamente violenta, Ciro foi prefeito de uma cidade no Sertão alagoano, onde toda uma família de opositores foi dizimada estranhamente, e o processo sumiu, ainda mais estranhamente, dos arquivos da polícia. Ciro foi secretário de Administração da prefeita Ciça do Bar, aquela mesmo que era analfabeta funcional.
É Satuba, pelo menos por enquanto, está livre dessas figuras. Só rezo e clamo a Deus que continue assim. Que a paz continue imperiosa em Satuba. Para assim lembrar os anos áureos dessa praça aí na foto...bons tempos!!!
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