Ainda sobre Minas Gerais, dedico mais um post para contar minha visita nessa terra tão maravilhosa. Desta vez vamos à Ouro Preto, parada obrigatória para os amantes da história nacional. Seu casario colonial, sua riqueza cultural, sua magia.
Quando entramos na cidade parece que nos transportamos para o século XVII. Tempo em que grande parte da riqueza mineral e intelectual saia de Ouro Preto, antiga Vila Rica. Você passeando pelas calçadas irregulares, ainda conservadas com pedras da época, as residências com inúmeras janelas, para permitir iluminação e ventilação, sente-se como o tempo não passou por completo por aquelas bandas.
No Museu da Inconfidência, a arte do maior ícone da escultura de Ouro Preto está lá representada das diversas formas possíveis. Antonio Francisco de Lisboa – o aleijadinho – vive em suas esculturas religiosas. Uma das 76 peças de anjos e profetas criadas pelo artista está lá, o profeta Daniel.
Pode-se identificar facilmente a obra de Aleijadinho, pela perfeição de seus traços, herdados de seu pai Manue Francisco de Lisboa, também artesão. A expressão dos rostos, o olhar penetrante, o detalhe quase perfeito das curvas do corpo. Uma perfeição quase matemática.
Aleijadinho deixou obras em seis capelas de Ouro Preto, e você conhece logo. Quando se bate o olho, cá está. Como a nave central da Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia (de 1771).
Empolguei-me com a obra fantástica de Aleijadinho, porém, no Museu da Inconfidência, o visitante ainda pode conferir o diário de Dom Pedro II, em passagem pela região (em 1876), e claro, o mais marcante e emocionante: a história daqueles que marcaram para sempre o destino do país, os inconfidentes.
Entre os primeiros libertários do Brasil, o líder, o ortodentista da quebrada, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, está lá, ou pelo menos o que restou dele, já que após ser enforcado e esquartejado, partes de seu corpo percorreram as colônias portuguesas para mostrar a mão de ferro portuguesa e assim servir de exemplo para os demais.
O contraditório da história, é que poucas pessoas sabem, que Tiradentes prestou serviços à Coroa Portuguesa fazendo o levantamento topográfico do Sertão brasileiro, além de ter atuado nas tropas portuguesas, como comandante.
Andando pelas ladeiras da histórica Ouro Preto, um som diferente interfere nessa viagem do tempo particular. De repente, uma voz desafinada e inebriada, acompanhada de um som de violão descompassado, invade as ruas. Era apenas mais um integrante das diversas repúblicas estudantis espalhadas pela cidade. A cidade é polo da esbórnia e libertinagem devido ao grande número de universitários que ficam por lá durante maior parte do ano.
Então gente...conheçam Ouro Preto é show!!
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