segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O poder do toque


Um, dois, três, ativar, assim de bate pronto qual o super poder que você gostaria de ter? Huuummmmmm, vai dizer que gostaria de voar, ter visão de raio x, super velocidade, ler mentes, não envelhecer, capacidade de se regenerar, sei lá. Cada um tem uma opção na ponta da língua.

Porém, tem gente que já nasce com poderes tão grandes como tal. Palavras, simples e sigelas palavras, um abraço, um conforto, uma atenção. Esses elementos fazem de nós super heróis, pois salvamos o dia de um oprimido pela dor. Seja dor de amor, de decepção ou de qualquer coisa, a companhia certa pode se reverter na cura ou no conforto do coração que clama por afeto.

Desde sempre tive uma capacidade especial de lidar com isso. Sempre me tornei amigo de mulheres, amigas e afins, nunca fui muito de conservar romances e ficadas, sempre me tornei amigo, o conciliador, o conselheiro. Sempre vi isso como algo meio ruim. Mas agora com mais experiência percebo esse papel pra lá de importante para alguns.

Será que minha missão é ser um anjo para levar esse ombro amigo aos meus? Não sei. Aparenta até arrogante. Pessoas de má fé, índole deturpada podem interpretar dessa forma. Mas se minha presença, minhas palavras, meu apreço significa paz para alguns, ótimo. Faço algo de bom para o mundo. Maravilha, contribuo para algo significante. Ou melhor, cada um de nós tem uma missão, se a minha é essa, não sei. Sigo tentanto descobrir.

E você, sabe ou desconfia a sua? Bem, se pudesse escolher, traria pra mim a dor alheia, abstraia as chagas do mundo, os males da Terra, as trevas dos homens. Ao tocar um amigo, poderia tirar dele a ruína, a moléstia. Não sei, não sei. Estou aqui devaneando.

Mas é engraçada a quantidade de pessoas que me procuram para falar de suas decepções, lamúrias e afins. Fico lisonjeado por poder ajudar. Ponho-me ao dispor deles. Tento ajudar. Mando energia positiva, aconselho, uso minha experiência, enfim. Ser útil. Fico agradecido e espero a cada dia utilizar mais e mais esse dom, se for um dom.

sábado, 22 de outubro de 2011

Sexta-feira de jornalista


Para a maioria dos jornais do país sexta-feira é o pior dia da semana. É o dia no qual o jornalista tem uma sobrevida no trabalho, além de fazer o apurado do que aconteceu durante o dia, ele tem que ter material para fechar também o domingo. Mas não é qualquer matéria para o domingão, geralmente são produções mais trabalhadas, densas ou até mesmo leves lights mesmo.

Logicamente o profissional não deve começar e terminar essa produção num dia apenas, é pedir para se estressar ou para surtar. O bom senso pede. Se você tem uma semana ou até mais para concluir uma boa reportagem, que utilize esse tempo. É compreensível que, por vezes, o dia a dia não permite, mas com organização e empenho, as chances possibilitam e a organização ajuda.

A sexta-feira para o jornalista é o dia de cão. Seu prazo é curto, ninguém atende suas ligações, e quando atende, o cidadão não quer falar ou não sabe de nada na real. O computador não ajuda também, o tempo se torna seu inimigo, assim como o espaço na caixa do programa do jornal que não se encurta.

É o dia que todo mundo já está na farra, fazendo seu happy hour e você digitando histórias, ligando para meu mundo. Telefones desligados, personagens em viagem, alcoolizados ou aborrecidos, sem tempo para você. É na sexta que você tem coletiva para dizer nada, evento que ninguém quer se pronunciar, é no último dia útil da semana que órgãos públicos fecham após o almoço, políticos se fecham em reuniões intermináveis e as secretárias são incumbidas das desculpas esfarrapadas. Repórteres macetosos, cheios de malícia, eles deixam a hora correr, não produzem e enlouquecem seu editor.

Os assessores de imprensa inventam de não te atender ou dizer descaradamente que o horário de trabalho deles terminou e eles não podem ajudar. Esse famigerado dia ao mesmo tempo que você fica sem tempo, as horas curiosamente não passam. Estranho? É a lei de Murphy – a alternativa errada ou ruim sempre prevalece ou acontece...!

É por causa destas sexta-feiras horripilantes que o jornalista cria uma úlcera ou tem derrame com mais facilidade – pra não dizer infarto. Ô sina infame e covarde. Se o jornalista alcançou o nirvana e consegue passar pela sexta-feira numa nice, ótimo, maravilhoso, parabéns para ele. Pois o repórter que quer mesmo fazer um trabalho louvável, interessante, ele se preocupa, dedica-se e por tabela acaba com os nervos à flor da pele.

Mas após isso tudo, acalmem-se, tranquilidade. Pois o outro dia é um sábado....aí já viu. Se jogue e pronto.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Trombone S.A.


Se você pensa em ser repórter aceite um conselho: compre um gravador. São corriqueiros os casos em que os profissionais de comunicação estão ali no olho no olho com seu entrevistado, você pergunta ele responde, uma conversa, um papo. Até então, tudo tranquilo. Porém, no dia seguinte você recebe uma ligação dizendo que o cidadão não falou aquilo que estava escrito. Blá, blá, blá...

Acontece. É normal. Pessoas públicas ou até desconhecidas quando vêem a repercusão do que falaram automaticamente são acometidos por amnésia. Mas ai, se o repórter não for safo, ele acaba 'se fu...'. Para que tal não aconteça, esteja sempre com um gravador em mãos. Um celular, smart phone, e similares já servem, mas se liguem, façam arquivos. Fiquem ligados, também colham informações sobre seus entrevistados. Quem ele gosta ou não, assuntos delicados, embaraçosos, aqueles que se ouve:"Não quero falar sobre isso". Pôxa, se não quer falar, por que faz? Arque com as consequências. Lógico que ninguém fala sob tortura ou contra sua vontade. O entrevistado fala sobre o que quiser falar.

Cotidianamente vemos nas páginas dos jornais exemplos do tipo e preparem-se, às véspereas de um ano eleitoral tem gente demais com a boca nervosa que não vai segurar a língua. Tem galerinha sedenta por dinheiro e atenção disposta a tudo para extorquir, mentir, enganar. E cuidado colegas da imprensa, eles são loucos para usarmos como caixas ressonantes e assim brandar aos quatro cantos suas denúncias, berros, estampidos e ademais...alerta sempre!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Assessoria política, vai encarar?


Assessoria política é padecer no paraíso. Muitos acreditam que a área é o filé do mercado. Trabalha-se pouco, ganha-se, pouco estresse, ledo engano. O jornalista que atua em assessoria política está fadado a tudo, praticamente tudo. Não tem tempo para trabalhar. O profissional tem que estar a disposição 24 horas por dia, os sete dias da semana. Viagens e afins estão no roteiro, sem descanso.

Mas não se enganem, viu. Não é todo político que paga bem, que faça você brilhar seus olhinhos no fim do mês. Ou melhor, quando ele paga. Prepare-se para ouvir grito, se ele for um grosso, ou investidas por parte dos velhos babões que adoram jornalistas dispostas a tudo a não ficarem desempregadas.

Ahhh, mesmo com essas mazelas seria tão legal que todo político tivesse seu assessor de imprensa, não digo nem por reserva de mercado, mas pra abrir os caminhos mesmo. Pois é o assessor que alerta e diz:"Hoje ele tá-que-tá, ele não tá pra ninguém". Ou ainda, o colega assessor já diz mesmo o que seu chefe pensa. "Ele vai dizer isso...".
Quando não é aquele colega de profissão que blinda o assessorado. "Bem, ele está em reunião (...quatro horas depois....). Ele continua em reunião". Tá bom, tá bom, sabemos que não é o jornalista que dá essas desculpa por iniciativa própria. Ele é obrigado a isso, em algumas vezes. Quantos chá de cadeira você já tomou esperando uma entrevista, uma coletiva, uma simples informação.

Eita, ainda tem mais. Você jornalista desempregado que já está maquinando em sua cabeçinha uma vaguinha em alguma assessoria política prepare-se. Em sua maioria, os políticos usam seus assessores para aparecer em coluna social, ou ainda descolar notinhas com colunista político. Tem também aquele fissurado em jornalzinho. A primeira coisa que ele pede é um jornalzinho, a moda agora é site, perfil do Twitter e no Facebook.

A função do jornalista é tudo isso e mais além. É orientar, treinar, preparar e ensinar ao seu chefe como lidar com esse mundo louco que é o jornalismo. Orientar sobre insinuações, o poder da palavra, das palavras, a força delas e do modo que se fala. A escolha de uma palavra e até de seu gesticular ou expressão facil contam muito.

Posturas e posicionamentos também entram no pacote. Ver o assunto do momento. O que se fala por aí. A cabeça dos jovens, velhos, estudantes, gays, interioranos, agricultores, bancários, mutuários, esportistas, enfim aglutinar o maior número de conhecimento possível sobre tudo e todos. Boa memória também ajuda. Fazer ele falar o nome do povo, apertar a mão firme olhando nos olhos, cabeça erguida. Que sapato, qual gravata, que camisa, que polo, calça, onde andar e como andar. Afff, cansa, né. Manjar de rede sociais,diagramação, oratória, história, geografia, filosofia, sociologia até de psicologia...rsrsrs. De tudo um pouco...

E ai, vai encarar?

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

E aí, quantos amigos você tem?


"Eu tenho dez mil seguidores no Twitter, outras dezenas de milhares no Facebook, e no Orkut tenho pra lá de três perfis". Esse patamar pode se encaixar muito bem a um astro do cinema, um músico famoso, um artista, uma celebridade da televisão. Mas aos réles mortais, terráqueos comuns os números nas redes sociais são bem mais modestos.

Lidamos mais com o presencial, algo mais palpável, precisamos sentir mais perto o calor de nossos 'amigos', colegas, conhecidos. E é aqui que gostaria de chegar. Conversando com uma amiga minha, Ana Paula, ela traduziu o sentimento de banzo que todo mundo sente quando se está longe do ninho, residindo em outro lugar.

De certo que o nosso lar é onde o nosso coração se sente bem, porém na realidade, o nosso cantinho, onde amigos de infância, família, nossa cidade, onde crescemos, acaba sendo nosso aconchego. Em virtude do trabalho dela e de seu marido, ela vive se mudando e nessas idas e vindas, criar raízes fica dificil.

Comentando sobre essa capilaridade de laços de amizade para facilitar nossa adaptação nas cidades 'estranhas', Paulinha comentou que "é fácil conhecer gente, difícil é fazer amigos". Bingo. É isso mesmo. As pessoas estão cada vez menos abertas a amizades autênticas, fechando-se em suas fortalezas internas. Complica.

É semelhante ao fenômeno que estamos passando. Atualmente tenho por exemplo 1.205 amigos no Facebook e tenho 732 seguidores no Twitter. Nada de extraordinário, mas eu sei bem com quem posso contar e quem posso chamar de amigo - sem aspas mesmo. Aquele amigo de sempre, de fé, seu irmão, seu camarada... - perdão, foi inevitável parafrasear Roberto Carlos.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sol e lua


E quando o sol se põe. É sinal que mais um dia está indo embora, chances foram dadas, sorrisos foram oferecidos. O astro-rei nos permite tudo isso, principalmente quando se trata de um feriado fincado no meio da semana. O sol que deu as caras hoje deu oportunidade para muitos curtirem um domingo a mais na semana.

Uma praia hoje, uma boate ontem a noite, ou seja, uma dia de farra, de curtição, de animação, pegação, ou simplesmente momentos de alegria e de descanso da correria de nosso cotidiano. Eu mesmo tirei o dia para dormir, e dormi bastante. Parece que dormi por um mês de trabalho duro, dá até medo pelo que vem, caso a lei da compensação se confirme mesmo.

E foi num simples cochilo que vi o dia ensolarado dar lugar a uma noite linda. Bateu aquele banzo de domingo, sabe. Domingo a noite, sem vontade de fazer nada, pois no dia seguinte é dia de branco. Assim como amanhã é dia de voltar ao batente.

Agora é a lua, linda e majestosa, que está brilhando lá em cima. A morada de São Jorge não é apenas a madrinha dos enamorados. Ela nos dá paz, inspiração, companhia. E vendo a lua lá no cantinho dela aproveita e conversa com Deus. Faz um pedido. Dá um perdão, estenda um mão, dê um sorriso, não desvie o olhar, abrace, ame, ajude. Seja tão caridoso quanto o sol e a lua, que nada pedem e ainda assim nos dão essa companhia maravilhosa num feriadão como esse.

Piegas? Sem sentido? Blog é isso mesmo, escreve-se o que vem na cabeça...rsrs. Deixa o coração falar.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Não entendeu?


Qual a principal arma do jornalista? Acertou quem disse seu texto. Agora sabe como acabar com um profissional de comunicação? Denigra seu texto, arrase-o, diga que seu texto é prolixo, ruim, sem foco, horrível, fora do padrão. Pronto, você acabou com o ego do jornalista. E vocês sabem que ego de jornalista sempre anda inflado, natural. Se você em um segundo está falando com o governador de seu estado, no outro instante, você está tomando um buzão lotado suportando a vida dura de uma pessoa comum.

Sabemos que tem muito jornalista experiente que comete tantos ou até mais erros do que alguns jovens profissionais, ainda inseguros no mercado. E esse é o segredo. Segurança. Se realmente você não tem lá um texto estupendo, mentalize, leia, pratique, faça seu texto ficar perfeito. Policie-se. E encha o peito pra dizer que seu texto é legível, compreensível. Que fique por aí, pois daí pra frente é praticar.

Arrogância não combina com ninguém muito menos com jovens jornalistas. Baixem a bolinha. O que percebo no mercado são jornalistas mais velhos temerosos. Gente com medo de perder sua vaguinha em função da multifuncionalidade dos mais novinhos, ou ainda ser trocado por belas pernas ou olhos hipnotizantes. Nem tanto. Os bons sempre arranjam um jeitinho de se encaixarem no meio.

A sorte também ajuda, portanto, se você fez um texto bisonho hoje, tava sem inspiração, sem jeito, tava mal mesmo, relaxe. Respire. Tome água. Refaça, leia, peça para outros lerem. Ouça, aprenda, e continue lendo outras fontes. Pegue algo de fulano, algo de sicrano, mas faça seu estilo, crie sua marca. Entretanto, ao mesmo tempo seja adaptável, polivalente, é linha tênue é bem verdade.

Seu texto deve ser simples, puro, nítido, como água límpida e que do mesmo modo, penetre nas pedras mais duras, assim como nas cabeças mais secas de cultura e leitura. Como água limpa, todos almejem, cobiçem e suem para alcança-lo. Não é fácil.

No mais,se alguém criticar seu texto, aceitem, sejam humildes, peçam argumentos plausíveis, pois tem gente que adora pegar no pé só pra fazer daqui seu inferno em letras. Pra essas pessoas? Só o tempo...deixa quieto que o que é deles, está guardado.

Só repetindo: nunca relaxem, sempre busquem o melhor.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Típico de Porks


Vamos por um pouco de animação nesse blog e vamos recordar uma passagem inusitada dos tempos de universidade. Tempos típicos da trilogia 'Porks', célebre sequência de filmes que mostrava as peripércias, não apenas sexuais, mas cômicas de um grupo de universitários.

O episódio que lembro agora se passou em Salvador. Diante da Baia de Todos os Santos, sob as bençãos de todos os orixás e afroxés da Mãe Bahia, os alunos de Comunicação da Ufal e do então Cefet alagoano aportaram na capital bahiana prontos para aprontar, curtir, farrear e aprender sobre gestão autônoma. A tal da autogestão. Gestão? Ora, infelizmente, nós não geríamos direito nem nossas vidas que sá, outros. E assim foi.

No primeiro dia, ficamos disputando com o grupo do Ceará quem cantava seus hinos regionais com mais força e animação - o que o álcool não faz, nada mais fará, meu Deus. "Maceió, minha sereia...Maceió, minha sereia....", assim cantávamos animadamente,batendo palmas e contagiando um pequeno grupo de 'estrangeiros' na Faculdade Estadual da Bahia, em Cabula.

A cachaça foi tamanha no primeiro dia que um de nossos membros, ficou duro, quase petrificado em pé. E sobrou pra "Maria Eduarda", a personagem que surgiu do âmago de uma grata amiga nossa que hoje é bem casada, comportada e feliz - Vamos preservar seu nome original.

Pois bem, foi Maria Eduarda a responsável pelas passagens mais divertidas da viagem. Certo dia, esse bando de louco foi parar numa boate chique, da moda da noite baiana, em Itapuã. A boate lotadaça e tome cana goela abaixo. E a tal Maria Eduarda some na multidão. Vamos então procurar. Pelas bimbocas mais profundas do estabelecimento a guria foi procurada. E nada. Até que uma das donzelas de nossa delegação foi ao banheiro, que se diga de passagem, sofisticado, climatizado, lindo, limpo e confortável - como em todas as boates que se presem.

Pois então. A moçoila que saiu na caça de Maria Eduarda foi ao banheiro feminino e percebeu que uma moça estava pendurada com a cabeça dentro do lixeiro. Só se avistava a bunda da moça, todo seu tronco estava dentro do enorme lixeiro. E só se ouvia ela chamando um tal de 'hugo', corajoso esse heim...rsrsrs. A equipe feminina de resgate não consegue capturar a enebriada Maria Eduarda.

Sobrou pra quem? Pro papai ganso da viagem, putz....o cidadão aqui que vos escreve era um dos mais responsáveis das viagens - daí você tira os demais - e me incumbiram da missão de inçar a pinguça. Pôxa, valeu por ver um banheiro tão chique ficar podre em milésimos de segundo e conhecer do que é capaz vodka com sei lá o que....

Peguei a tal pelo braço e tive que cruzar a boate quase toda com ela sob meus braços. Parecia cena de conto de fadas, mas ao avesso completamente. Em seguida, depois de outras e outras confusões tivemos que pegar nossa carruagem e voltarmos para nosso abrigo temporário na capital bahiana. Oxalá...rsrs

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Aleluia, blogs, aleluia....


Jornalismo literário. É a moda! Nove entre dez 'focas' preferem apimentar um pouco mais seus textos jornalísticos. Cansados das fórmulas, perguntas básicas (quem, onde, quando, porquê?), e demais padrões das matérias escritas por meio do jornalismo burocrático e pragmático, essa nova geração vem com tudo para dar um ar mais apimentado as histórias que contamos diariamente.

Incorporar gírias, devidamente aspeadas, expressões, nuances descritivas, um modo mais leve de escrever, tudo isso deixa seu mensagem mais assimilativa, gostosa de ler e de fácil entendimento. Calma lá, não vamos fazer também do jornalismo uma experiência surreal e neocontemporânea. Nada parecido com a Semana de Arte Moderna de 1922. Longe disso.

O que percebo nessa garotada é querer deixar o jornalismo mais 'animado', seria essa a palavra? Não, creio. Seria um 'showjornalismo', ouvi essa expressão certa vez e não fui muito com a cara dela. A seriedade, o compromisso e seu dinamismo não podem ser abandonados. Até por que, são poucos que conseguem empregar tal ritmo e qualidade nos materiais publicados diariamente. E outra, pessoal, enfeitar demais deixa seu material um pouco enjoativo até. De certo, ele jamais será igual ao anterior, porém acredito que é um recurso que deve ser usado com parcimônia.

O jornalismo literário é o sonho de consumo nosso. Ter espaço e liberdade para escrever ao bel prazer. Hoje, escravizados pela dieta do espaço das caixas dos jornais e ditados pelo imediatismo da internet, nem podemos exercer esse gostoso dever de comunicar com arte, liberdade e harmonia. Acho que é por isso que inventaram os blogs. Aleluia...

E o circo chegou


Uma pirueta, duas piruetas, bravo, bravo. Superpiruetas, ultrapiruetas, bravo, bravo.....Chico Buarque foi primoroso ao escrever "Piruetas". E neste fim de semana pude ver se perto a magia hipnotizante do circo.

Do picadeiro por si só já emana uma energia diferente. Aquela lona de sonhos que acabamos crescendo vendo ali se materializar fantasias. Coisas que parece que apenas os pequenos sentem, mas aqueles adultos que trazem em si a alegria da vida, o lirismo de um mundo ainda de sorrisos e das brincadeiras de palhaço se divertem a valer. E vou dizer a vocês, por mais que saibamos como vão terminar as apresentações circenses, algo sempre nos chama a atenção. Sempre ficamos boquiabertos. Mágico então, eu fico doido pra saber como ele faz aquilo, neste caso, as mágicas - eram apenas mulheres, já pensou...rsrsrs....cuidado com elas!

Eu vi a arte dos acrobatas, a habilidade dos malabaristas, a simpatia das dezenas de vedetes, as piadas singelas e bem boladas dos palhaços, aquele humor inocente, sem malicia e tão legal, que faz a gente esquecer do mundo tão seco daqui de fora.

Teve um idiota de um pai que reclamou por que o palhaço fez um número completo, apenas apitando um apito. Simples, bem bolado e super inteligente. Porém, o grosso do cidadão queria ouvir na certa putaria e baixaria. O que seria dele na época de Carlitos, do cinema mudo...aff quanta ignorância.

Bem...vão ao circo. Vão se divertir à valer.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Já levou um fora?


Recentemente vi uma cena que me recordou momentos não muito legais da minha e da vida de qualquer um. Quem nunca levou um 'fora'. Aquele fora que fica marcado em sua existência, que bate uma vontade de esmurrar mil paredes, que dá aquele embrulho dentro de nós. Aquela dispensada que dá uma vontade louca de chorar e vem logicamente seguida daquela pergunta clássica, "porquê"?

Naquele momento não há resposta que te contente, que te conforte. Não, não há. Por algum réles motivo, seja lá qual for, você não foi escolhido ou escolhida. Nunca se sabe. Pode ter chegado atrasado, um esperto ou uma apressadinha chegaram antes de ti. O sentimento não bateu, não deu 'liga', tesão, tara, terminou algo que poderia já estar fragilizado ou algo que nem teve a oportunidade de começar.

Levar um fora é sentir a dor mais desconsertante que você já imaginou sentir na vida. É ter uma faca cravada em seu coração. É você ficar olhando pra aquela pessoa e tomado por pensamentos insanos querer puxar ela, sequestrar, tomar ela pra você, mas o bom senso não te deixa.

O que comete essa atrocidade com o outro, lógico tem seus motivos. Proteção, medo, outra pessoa, varia de caso pra caso. Salvo algumas histórias, o 'forador' pode até se arrepender e tentar voltar atrás alguns meses, anos, décadas depois.

É a vida. Um dia você dispensa, noutro você é dispensado. Essa regularidade pode acontecer com mais assiduidade na adolescência é bem verdade, entretanto, dependendo da vida do cidadão, ela pode ser bem comum. O caro pode ser aquele galinha inveterado e ...mas pera, galinha leva fora? Pouco. O garanhão atira pra todo lado e a preferência feminina fica nessas figurinhas carimbadas em festas e mais festas. Mas isso é motivo pra outro post.

Por fim, pessoal. Seja de um lado ou de outro, dar ou receber um fora não é nada legal. Moçoilas que curtem ver aquela cara de bobão dos carinhas, cuidado com o caritó. E homens, nós barbudinhos damos fora? Geralmente essa raça não perdoa ninguém, mas tudo bem. Pra quem interessar possa!