quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Quando seguir?


E quando você pensa que o mundo está afunilando? Quando se percebe que já é mais bem vindo, ou que te querem bem, se preocupam contigo e torcem por ti? O que fazer? Chutar o balde, partir pra outra, seguir em frente e abrir suas asas? Não sei. São perguntas que as respostas eu não sei. Questionamentos que tomam a cabeça de todos em certo período da vida, até você que está lendo esse post agora deve pensar o mesmo. Não agora, lógico, mas em algum instante de sua existência essa pergunta veio em sua mente.

O que é que eu tô fazendo aqui? Vem geralmente com esse tom. 'Questionador' é apelido. É inquietação, incerteza, dúvida. Quem bom tê-las. Elas nos motivam a buscar novos rumos. Provocam nossos neurônios a procurar saídas e caminhos até então desconhecidos.

E quando chegamos ao patamar de 'e agora?'. Sem Tara, objetivo, tesão mesmo de fazer. Falta entusiasmo, alegria, sem isso, não se pode ter sucesso. Pôxa, o sonho do mundo é fazer o que se ama e ainda ser pago pra isso. E não passar em um concurso e esperar o tempo passar pra morrer, ficar gordo, estável, mas infeliz e insatisfeito. Não dá pra mim.

Pessoal, abra o olho. Isso não se encaixa apenas no profissional é em tudo. É como lego, se encaixa com tudo. Quando se perde o motivo, acabou! Finito. Bye bye. Game over. A sensação de vazio é gritante e toma você de um modo que te torna insano, pragmático, metódico, robótico.

Tudo na vida requer alegria, vontade de fazer, instinto e querência de acertar. Busco atualmente um motivo pra continuar fazendo o que faço diariamente. Um bem social, uma ação humanitária, utilidade pública ou particular mesmo ao invés de uma simples subsistência. Não quero ter minha alma cega pelo dedo da rotina e do pragmatismo. Da incompetência e da sonolência da preguiça pensante prefiro distância.

Quero todo dia mais. Quero sorrisos e motivos. Gargalhadas e abraços só servem aos montes. Quero amigos, mas amigos mesmo, leais, reais e ideais. Por mais que as curtas horas dos dias de trabalho tentem te afastar das coisas boas da vida, relute. Drible a falsidade, a ignore. Aperte forte seu crucifixo e reze com fervor. Chore,sem pudor, chore. Sinta a fé fluir. Deixa Deus entrar em ti por meio de orações, repetidas vezes, deixe, permita. Regozije. Felicite. Enebrie-se com o cálice da vida, do prazer de ser bom - tem um fêl no íncio, mas vale a pena. Não tente, consiga. Siga o rumo, sem prumo, mas siga.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Seleção evolutiva?


O jornalismo alagoano está passando por um momento curioso. Estamos numa fase em que pelo menos três faculdades estão produzindo pelo menos 100 novos jornalistas por ano. A academia bem sabemos não tem muito a ver com a formaçãodo profissional, infelizmente. O ensino continua quase amador e o foquinha é lapidado na marra, na labuta, no dia a dia, entretanto, a base teórico-filosófica apresentada nas bancas é essencial, não tem dúvida.

Ao ir cobrir alguma pauta na rua, um assunto que seja do interesse de todos os veículos é perceptível esse instante jovial de nossa comunicação. É jovial, sim. A média de idade dos repórteres não chega a 30 anos e olhe lá. Os mais experientes - são poucos - não ultrapassam 40 anos de idades - e conto nos dedos de uma mão.

Nos sites, jornais, emissoras de rádio e tv, eles estão ai, em todas. Uns são excelentes, outros ainda precisam comer muito arroz, feijão e gramática pra se tornar um jornalista de verdade. Tal inexperiência resulta em textos pobres, feios, prolixos, e sem pé, nem cabeça. Mas novamente repito, apenas a prática e uma boa orientação podem fornecer um caminho decente pra essa galera.

Por sorte ou não, o mercado tá recheado de gente boa, muito boa, e seus chefes diretos, em média, ficam entre 10, 15 anos de jornalismo. Pouco? Pode até ser. É que os medalhões, hoje são poucos, cansados e de tudo já viram, ficam menos expostos dando gargalhada ou se divertindo com os tolos erros da juventude. Brincadeira, vai. Nesses dez anos de jornalismo que completo esse ano, aprendi muito com essa galera mais experiente e continuo aprendendo até hoje.

A questão é que deixei de ser um foca há anos, mas também não me tornei um medalhão, longe disso. Sinto que sou um elo entre essas gerações, um meio termo e assim o assumo com honra. Passando para os focas o bom e o ruim da profissão, o que fazer e suas consequências, seus limites e as armadilhas que virão. Assumam também seus papéis e aceitem que dia após dia nossos personagens mudam, temos que nos adaptar para permanecer.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Tá raivosinho, tá?


Vamos lá analisar friamente essa galera da política pelo ponto de vista dos jornalistas que trabalham dia a dia em sua busca. A relação na maioria das vezes é de amor e ódio, muito mais ódio do que amor, pode ter certeza.

Todo dia tentamos repercutir em meio a eles notícias, informações, fatos que certamente são de interesse da população - ou da editoria dos jornais. De todo modo, como pessoas públicas, os políticos em geral deveriam ser safos na comunicação, pois serve até de atributo favorável a eles, sabendo usar é lógico.

O que acontece - maioria das vezes - são políticos respondendo de má vontade, com arrogância, impaciência ou até ironia. Muitos até dizem que não disseram isso e aquilo, fazem jogo duro e afirmam que o repórter mentiu e colocou palavras na boca deles. Algumas vezes, o editor realmente apimenta a matéria e deixa o repórter em saia justa. Entretanto, é má fé dar asas a imaginação do editor e descontruir o pensamento do repórter. Mas por favor, vamos aqui construir um debate. O repórter é a arma do jornal. Ele vai in loco apurar a informação, o ponta de lança, o avançado, e seu material serve como munição para os editores e donos dos jornais. Paciência!!!

Voltando. Entrevistas por telefone é onde mora o perigo. Os políticos se trancam em reuniões intermináveis. São tangiversais, fogem das perguntas, falam, falam, falam, mas não dizem nada, quando não são grossos, viu. Muitos se vestem em armaduras, em verdadeiras blindagens de impáfia e ignorância. Se acham os Deuses, ou melhor, têm certeza. Isso serve também para o pessoal do Judiciário, juízes, promotores, procuradores, advogados - são mais acessíveis, mas pensam que todos os jornalistas são idiotas, secretários de Estado, superintendentes, diretores de órgãos e tudo mais. A galera quando sabe que é um jornalista do outro lado da linha ficam 'toda-toda'.

Neste pouco tempo reconheço poucos que têm uma real habilidade em lidar com a imprensa e saber colocá-la a seu favor. Ser cortês, educado, amável, didático, simples, não tira pedaço ou diminui a condição do personagem. Lógico que existe aquele repórter mala que faz perguntas provocadoras e pede pra levar um fora. Entretanto, algumas perguntas devem ser feitas pois é a população que quer ouvir sobre tal assunto. E o repórter é a ponte sobre os temais. Damos um ponto arretado para aquela autoridade que se porta como tal, mas com humildades, elegância e ombridade. Falam calmamente, detalhadamente, pacientemente e com a educação, que certamente a mãe de cada um forneceu.

Não somos inimigos dos políticos, já que eles são os representantes do povo, eles não deveriam fugir de nós, somos nós que pagamos os seus salários, ora essa. E tenham certeza, gente, se pudéssemos optar por não estar ali diante de uma pessoa desconhecida e que do mesmo jeito não queria ver você, certamente estaríamos bem longe deles. É trabalho, é profissão, obrigação de comunicar.

Ahhh, e quase ia esquecendo os assessores que só fazem atrapalhar. Tem aquele que diz simplesmente: "Ah, passou do meu horário de trabalho e não posso fazer nada"; "O que eu posso fazer já está no site, não posso passar o telefone - nem o telefone - do fulano de tal, ele não vai falar". Ou mais singelamente, o assessor nem atende seu telefone. Pensa que seu release primoroso é o bastante e nem te dá um "oi". Mais uma vez, paciência!

domingo, 18 de setembro de 2011

Deixa entrar, mas deixe sair também


Mágoa. Será que alguém pode ser feliz com essa bixiguenta no coração? Creio que não. É por que eu ponho a felicidade como algo pleno, perfeito, despido de qualquer mácula ou arranhão de dor ou ranso, com quem quer que seja.

Para mim a felicidade passa pelo perdão, mas não se engane que é apenas o perdão alheio, a aquela pessoa que te fez algum mal ou que te decepcionou. Não. Não, mesmo. O perdão que leva à redenção passa pelo perdão a si próprio. Sejam seus erros ou de terceiros, perdoar, relevar é preciso. O ódio só envenena com o sente.

É um exercício muito difícil, bem sabemos. Alisar a face de quem te deu um tapa é um ato quase divino e não é pra muitos. Mas também já se perguntou o que você fez - mesmo que sem querer - com aquela pessoa que porventura você se sentiu magoada? Bem, nada como uma boa conversa para esclarecer fatos e fumar o cachimbo da paz.

Até que dá pra sentir carinho por aqueles que te odeiam. Não confundam com pena, altivez, é amor abençoado por Deus. Faças as pazes consigo e com os outros, o resto se ajeita sozinho. O passado se foi. Mas não permaneça anos, meses, remoendo suas dores. Fique só alguns minutos, não permita demorar muito. Polue.

Acredite no amor de novo, confie no perdão. Deus reside dentro de quem o deixa entrar, sem ódios, sem rancores, ele vive como você. Não creio que você moraria onde não há paz. Você logo se mudaria num é verdade? O mesmo acontece com Deus e você, dentro de você mesmo. Eles só convivem dentro de você se você deixar.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

São 194 anos de alagoanidade


Vem de longe, muito longe...a richa entre alagoanos e pernambucanos vem de tempos longínquos. Desde que Alagoas é Alagoas. E nada como um 16 de setembro pra relembrar essa história. O bairrismo tolo surgiu certamente com a emancipação dessa parte ao sul da capitania de Pernambuco. Duarte Coelho, aquele donatário mesmo, que saio de Portugal e disse, "vou tomar o que é meu". E aqui veio para edificar e assim impedir que qualquer aventureiro ou invasor se atrevesse a fincar residência por essas bandas.

O militar portuga Duarte Coelho desbravou até às margens do Rio São Francisco, onde iniciou uma freguesia que mais tarde seria a cidade de Penedo. E para assegurar de mesmo que as terras ao sul de Pernambuco não seriam invadidas, Coelho mandou plantar cana de açúcar em tudo que é canto. Começaram então a pipocar os engenhos de açúcar que em sua maioria hoje deram lugar as usinas de cana.

Os primeiros Escurial, Maranhão e Buenos Ayres foram edificados lá pelas bandas de Porto Calvo e região. Onde hoje, se pudemos dizer assim deram origem a mais antiga usina de Alagoas, a Usina Santo Antonio, de propriedade de herdeiros diretos de Cristovão Lins - outro nome marcante da colonização alagoana.

Pois então, pra finalizar essa história. O negócio de moer cana deu tão certo que chego ao ponto que as sifras das tarifas arrecadadas em Alagoas eram que sustentavam a capitania inteira. Foi então que a classe abastada destas bandas viu que iria ganhar bem mais din din com a emancipação. Só que veio a Confederação do Equador, um movimento que começou em Pernambuco - inspirado nos ideias de Simom Bolivar, o libertador das colônias espanholas. A confederação queria o Brasil livre, só que esse sentimento ecoou pelas províncias, e por meio de um acordo militar fajuto, a oligarquia alagoana conseguiu o desmembramento. Aí, os pernambucanos ficaram putos da vida com a gente, já pensou...??!!!! Hôômmiii....

Mas quem pensa que a terrinha saiu ganhando se enganou feio. O que veio de desenvolvimento, mais impostos, investimento da Coroa, tudo foi pro bolso das famílias ricas e poderosas, como acontecem até hoje. Enquanto isso, nossa população continua parada no século XIX. Uma pena e os pernambucanos gozando de um tempo bem a frente que o nosso. Temos que admitir, pessoal.

No mais tenho um orgulho imenso de meu estado. Sou da terra onde Zumbi gritou pela primeira vez: liberdade - mesmo ele mesmo tendo escravos...rrsrsrs; de todo modo ainda temos o som refinado de Djavan e Hermeto Pascoal. As secas e realistas palavras de Graciliano Ramos. O talento de Paulo Gracindo e Jofre Soares. A riqueza literária de Jorge de Lima, Maria Mariá, Floriano Peixoto e sua mão de ferro, Deodoro da Fonseca, a cultura de Pedro Teixeira, Ranilson França, Aurélio Buarque de Holanda, Heckel Tavares, Moreira Lima, e por aí vai....

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O bom malandro


Hoje vim aqui pra contar uma história do bom malandro. Aquele malandro que sempre acha que vai se dar bem, não faz mal a ninguém, diverte e se diverte. É a alegria onde chega. Sua malemolência o torna envolvente. Suas mãos parecem tentáculos espalhando-se pelas curvas das mulheres. Entretanto, a sapiência deste personagem nem sempre dá certo. Deixa eu dizer.

Conheço um cidadão que vou denominá-lo de "magão". Pura e simplesmente, magão. O epsódio que vou contar foi real, mas vou apimentá-lo um pouco mais. É o seguinte, magão é o boa praça que onde chega é a atração. Extrovertido, boa conversa, arregala o olho para qualquer rabo de saia.

Seguindo tal tendência, Magão chegou num churrasquinho dessa da vida e se inxeriu logo numa mesinha com três donzelas sozinhas e abandonadas pelo resto do estabelecimento. Magão ligou o som do carro, começou a pagar cerveja à torta e a direita. Era tira-gosto pra lá, tira gosto pra cá. Boi,galinha, coração, farofa e vinagrete. Tudo aquilo que um churrasquinho comum tem a dar.

A noite começou a andar e Magão estava sentindo a oportunidade de se dar bem e logo com três gatinhas. Imagine só o bacanal. Pois então. O álcool começou a fazer efeito, risos, olhares, dançinhas, chamegos, e afagos distribuidos sem parcimônia.

O bom malandro Magão então quis dar o pulo do gato e chamou as moçoilas pra sair. Elas aceitaram de pronto. A alegria do universo inteiro parecia se concentrar no olhar e no sorriso do sujeito. O universo mais uma vez teria conspirado para o Magão se dar bem, mas agora a generosidade foi tripicada.

Magão pega seu possante, põe as gatinhas e segue para o motel mais próximo. Chegando no quarto, quando o carinha ia correr pro abraço. Ele vai tomar o banho da consagração, da limpeza, da purificação, quando retorna ao quarto, o trio toma de assalto o garanhão do amor. Limpa sua carteira, celular, volta de prata e pulseira. Pra sorte de Magão, as ladronas não sabia dirigir. Saíram a pé do motel e o Magão ficou sob a ameaça de um suposto 'namorado' de uma delas estar esperando-as lá fora.

Bem, o bom vivant se deu mal e a sorte desta vez não sorriu para Magão.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Oscilando emoções


Sugestão de hoje: evite o sobe-e-desce das emoções. A dica é do livro "Os 100 segredos das pessoas de sucesso". É lógico que não sigo todos e eu não sou lá a pessoa ideal para repassar tais dicas.

E em se tratando de controle de emoções, ainda sou um adolescente. Quero dizer que ainda estou descobrindo as benesses de graduar as doses de emotividade - sejam drásticas ou contidas. Já fui bem mais transparente e essa transparência me deixava exposto e até indefeso. Antes era uma manifestação de carinho, amor, compaixão, romantismo, hoje tô mais pé no chão, mais azedo e realista.

É, gente. Todo mundo curte um pouco de emoção para dar sabor ao seu dia e tal, mas cuidado com os picos de euforia e com o revezamento com os seus instantes de reclusão e até depressivos.

Acostume-se com os períodos de estabilidade, equilíbrio, calmaria. Uma pessoa de sucesso deve se adaptar, se acostumar e saber dosar sua animação e sua decepção. Cuidado, você pode estar ainda na faculdade, ainda sem o diploma, super empolgado com o descobrir de seu mundo profissional, andando, convivendo com gente importante. Vá com calma. Não se empolgue e muita calma nessa hora.

Uma coisa é você estagiário, outra bem diferente é você profissional, ameaçando a vaga de um cara que está há anos no mercado. Prepare-se para ficar desempregado, sem oportunidade, o ideal é se preparar para o pior, mas mantenha sua altivez ao passo de não perder sua humildade.

Estudos com líderes corporativos mostram que sete entre dez empresários que sobrevivem o maior período de tempo em seu trabalho, vivem com equilíbrio emocional as piores e melhores situações, sem deprimir-se nas dificuldades, nem entrar em euforia com os sucessos. Eles enfrentam os problemas com serenidade e objetividade, relativizam os sucessos e permanecem motivados na rotina diária.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Elogios?

Reconheço que em certos aspectos sou um bicho do mato, desconfiado por si só. E quando o assunto é elogio, desconfio mais ainda. Quem é jornalista sabe, quando estamos mesmo afim de fazer uma matéria e temos tudo pra fazê-la, a informação, o personagem, os caminhos e os meandros da história, pois então, foi a matéria que foi publicada hoje na Tribuna Independente.

A matéria falava sobre os 54 anos do tiroteio que colocou a Assembleia Legislativa do Estado na história sangrenta dos crimes de Alagoas. Não fui acostumado a elogios e muitos menos de onde vieram eles. Pois bem, deixa quieto. Que venham aqueles que foram de coração de fato.

Publico aqui na integra a matéria:

A casa da bala

Tarde ensolarada de uma sexta-feira, 13 de setembro. O ano era 1957. Um dia que Alagoas jamais esqueceu. Trinta e cinco deputados se reuniriam para apreciar o impeachment do então governador Sebastião Muniz Falcão – o único na história dos estados da Federação brasileira. Quem não viveu aquele tempo e não sabe o que aconteceu dentro da Assembleia Legislativa do Estado naquele sangrento dia, pode não acreditar, mas pode imaginar. Cerca de 1.200 tiros foram disparados, em pouco mais de dez minutos, entre os deputados alagoanos dentro da Casa de Tavares Bastos.

Só para lembrar ou refrescar a memória. Alguém já deve ter visto aquelas fotos amareladas, antigas, até reproduzidas na internet, dos deputados alagoanos entrando na ALE vestidos de sobretudo num calor de aproximadamente 35° a 37°. Embaixo das pesadas roupas metralhadoras e pistolas de grosso calibre.

O livro Curral da Morte (Editora Record), de autoria do jornalista alagoano Jorge Oliveira, apresenta ‘tim-tim-por-tim-tim’ da história que culminou na única troca de tiros ocorrida dentro de um plenário legislativo estadual. Um tiroteio que vitimou fatalmente o deputado Humberto Mendes e feriu uma dezena de pessoas, entre parlamentares, funcionários e um jornalista, Marcio Moreira Alves – ganhador do Prêmio Esso por cobrir esse fato em Alagoas.

Mas a história nunca se apresenta tão simples assim. De acordo com o livro, todo o joguete político iniciou quando o governador Muniz Falcão começou a taxar os empresários do ramo sucroalcooleiro para financiar ações no setor educacional. O imposto criado, em 1956, pelo então governador taxava em 2% a produção de açúcar, álcool, tecidos, fumo e arroz.

Insatisfeita, a bancada de oposição ao governador populista era composta por 22 parlamentares, enquanto que 13 deputados eram situacionistas. Foram 200 dias de debates entre situação, oposição e até a igreja entrou no meio para apaziguar os ânimos. Resultado do período que antecipou o impeachment: morre o deputado estadual Marques da Silva à mando do deputado Claudeonor Lima (aliado de Muniz) e o vereador arapiraquense Benício Alves de Oliveira também tomba.

A bancada do “açúcar”, como era assim conhecida a bancada de oposição à Muniz Falcão, encampou o deputado Oseas Cardoso a dar entrada junto a Mesa Diretora o pedido de impeachment do governador, e indicando o deputado estadual Teotônio Vilela, como relator do processo. O processo de impeachment fora apresentado no dia 9 de fevereiro de 1957. Ou seja, estava ensaiado um quase “golpe de Estado parlamentar”. O impeachment tinha tudo para ser aprovado, e assim o foi.

O clima se acirrou
Diante do clima belicoso que tomou conta da capital de Alagoas em virtude do dia da votação do impeachment do governador Muniz Falcão, Exército e Polícia Militar ficaram de prontidão em pontos estratégicos próximos ao prédio da Assembleia Legislativa, na Praça Dom Pedro II. A ladeira da Catedral ficou tomada por homens de verde-oliva.

Já na manhã do dia 13 de setembro, Maceió estava sem luz, gás e telefone. Tanto é que após o tiroteio, uma pane elétrica deixou a capital alagoana sem energia elétrica por 17 horas.

Setenta e dois sacos de areia foram instalados para servir de barricada. Deputados oposicionistas brandavam pela expulsão do governador dentro da Casa Legislativa, enquanto que na frente da Assembleia, um comício popular protestava contra a iniciativa da oposição. “Só votam esse impeachment se passaram por cima do meu cadáver”, prenunciou o deputado Humberto Mendes.

O derramamento de sangue era anunciado. O deputado federal Tenório Cavalcanti trouxe metralhadoras do Rio de Janeiro, o ministro da Guerra, marechal Teixeira Lott foi avisado, o presidente da República, Juscelino Kubitschek também estava por dentro da situação.

Às 15h começa a chegada dos parlamentares armados até os dentes. Claudeonor Lima chega vestido com uma capa de chuva. Humberto Mendes também. Ambos camuflavam metralhadoras e pistolas –prontos para a guerra. Valter Mendes, filho de Humberto também foi e igualmente armado. Até gente de fora comprou a briga. O senador baiano Juracy Magalhães veio preparado também.

E assim começou a troca de tiros. O deputado Humberto Mendes andou pelo plenário, já lotado, com as mãos sobre o terno, despontiando o primeiro botão, ao avistar a barricada de areia que isolava a mesa diretora e os deputados Luiz Malta Gaia e Claudeonor Lima. “Não vai haver sessão alguma”, esbravejou Humberto Mendes. Malta Gaia então avistou a metralhadora que Mendes estava tirando de sua capa, e atirou para cima. No mais, o jornalista Marcio Moreira Alves disse que Mendes atirou primeiro. De todo modo, Humberto Mendes levou dois tiros. Que segundo alguns, saiu da arma do deputado Virgilio Barbosa.

Foi apenas começar o tiroteio dentro ,que fora a bala começou a ‘vadiar’ fora também. Em prédios vizinhos, atiradores disparavam em direção à ALE. Em cima do prédio da Delegacia Fiscal e da torre da Catedral. Em aproximadamente 12 minutos, foram 1.200 tiros. O saldo: Humberto Mendes, morto; os deputados oposicionistas José Onias, Virgilio Barbosa, Carlos Gomes de Barros, Antonio Malta e José Afonso de Mello, o sargento Jorge José de Araújo, o funcionário José Dâmaso e o jornalista Marcio Moreira Alves, todos feridos; Hospital de Pronto-Socorro lotado, e o Quartel do Exército acolheu os deputados oposicionistas feridos.

Três dias depois, o impeachment é votado, no Instituto de Educação, protegido pelo Exército. E sem a presença dos deputados governistas e dos oposicionistas feridos, o governador Muniz Falcão é afastado. Sizenando Nabuco (PTB) assume. Mas, um ano depois, o Tribunal Misto, composto pode desembargadores e deputados estaduais sorteados, Sebastião Muniz Falcão voltou a governar Alagoas em 24 de janeiro de 1958.

Opositores de Muniz o acusaram de ser comunista

Os inimigos do governador Sebastião Marinho Muniz Falcão o acusaram de ter ligações com Moscou. Imaginem isso durante a Guerra Fria, onde os países capitalistas faziam dos ideais pregados pela União Soviética um bicho de sete cabeças. Comunista no início da segunda metade do século XX era quase um ‘bicho papão’.

Consultado por Jorge Oliveira para o historiador Douglas Apratto disse que Muniz Falcão não era ligado às idéias de Moscou. O que reforçou essas ligações é que o secretário de Segurança Pública do governo Muniz Falcão era indicação do Partido Comunista Brasileiro (PCB). “Os inimigos do governador Muniz Falcão o rotularam como um anticristo. Alegando que, por suas idéias socialistas, não poderia governar Alagoas. Mas Muniz não era comunista. Apesar de ter o apoio do Partidão”, completou o historiador.

Como nenhum dos sobreviventes do episódio, o autor demonstra nas páginas que o assunto não pode cair no esquecimento. “É o que eu tento evitar ao publicar o livro [Curral da Morte]”, explicou Jorge Oliveira.

O Homem da capa preta
O Livro Curral da Morte traz ainda um depoimento do folclórico e temido deputado federal alagoano Tenório Cavalcante, o Homem da Capa Preta – vivido no cinema pelo ator José Wilker. “Alagoas sempre foi terra de antropofagia. Ou não se lembram mais que foi lá que os índios comeram o Bispo Sardinha? Em Alagoas, toda família tem um assassino ou um assassinado. Naquela terra, quem não morreu, já matou”.

Por que tão odiado?
O governador Sebastião Marinho Muniz Falcão era um homem carismático, de riso fácil, elegante, sendo logo aceito pela aristocracia alagoana. Nascido em Araripina (PE). Os empresários do açúcar em Alagoas começaram a olhar estranho para Muniz Falcão quando, ainda jovem, foi chamado para dirigir a Delegacia Regional do Trabalho no estado. Deu no que deu, Muniz era intransigente com as ilegalidades trabalhistas identificadas no ramo sucroalcooleiro na época. Sem o apoio das oligarquias, elegeu-se deputado federal, em 1951.

Recado


Conversando com uma grande amiga fiquei tranquilo ao perceber que não fui o único a ter a crise dos 30 - quando você chega aos 30 anos e percebe que seu mundo poderia ser bem mais do que é hoje. A minha crise não foi resumida simplesmente assim. Como bom canceriano honrei minha tradição e me aprofundei bem na foça.

Pura lamúria injustificada. Não tenho do que reclamar. Tenho meu emprego, tenho saúde, adoro o que faço, ainda tenho pai e mãe e amigos - poucos mais tenho. Ahhh, os amigos...se tem uma coisa certa na vida é que você terá mil deles, porém eles se renovam ao decorrer da vida.

Durante minha crise senti saudades de parceiros que tive e que hoje deixaram saudade em seu lugar. Se causei ódios, ransos, decepções, uma pena, uma desculpa não fará o tempo retornar, muito menos mudará algo. Só tenho a lamentar, mas o fato é que não lembro de ter sido incoerente ou injusto em meus julgamentos e atos. Não sou o arauto da justiça, muito menos da verdade. Erro como qualquer um, entretanto parece que me cobram um preço ainda maior por minhas ações.

Diariamente vejo injustiças e injustos triunfando, em detrimento a uma mentira encoberta por sorrisos e tapinhas nas costas. A verdade que uma vez falei na cara foi-me imposto o julgamento e o veredicto dos ímpios. Não repreendo, não lamento, apenas baixo a cabeça e percebo que se me julgam de forma abrupta - e assim acham que mereço o ostracismo da indiferença - que seja. Aceito a sentença e apenas a cumpro com silêncio.

Julgo que as verdades, os fatos, as certezas virão de um modo ou de outro. Tarde nunca será para aqueles que aguardam o acalanto da justiça. Não. Não será. Não quero apertos de mão, nem sorrisos amarelos, quero coração aberto e o de César, o que é de César. Nada mais. É pedir muito? É, pelo visto é. Prefiro morrer pelas mãos da verdade, do que viver pela égide da mentira. Calma, perdão, quase deixei a emoção falar mais alto, não é minha intenção.

A saída e a entrada de pessoas em nossas vidas é algo comum e esperado. Natural. Entretanto, como figura estourada e intempestiva como fui, consegui ao longo dos anos acumular muitos inimigos e dessabores. Prefiro ficar com as boas lembranças, mesmo daqueles que hoje me ignoram e que nutrem por mim algum sentimento de ódio ou rancor, pena ou até asco - vai lá saber. Mais uma vez venho a lamentar por essas pessoas, pois de mim, terão sim, um sorriso largo sempre, não de falsidade, mas de carinho, por que não, Deus nos ensinou a amar aqueles que se dizem nossos inimigos. Ingenuidade? Jamais. Em meu coração não cabe, não tem espaço para tristeza ou sentimento pequeno como o ódio. Só tenho amor e sorrisos pra dar.

Aqueles que - de alguma forma - se identificaram com algum trecho deste post deixo um 'beijo grande' aos que fomentei ainda mais ódio ou algum uma boca virada ou tronxa, desdenhando o texto, enfim...deixo o mesmo "beijo grande", de carinho, de afeto, de paz. Não tenho inimigos, creio, tenho desentendimentos. E só.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Numa nice

Vamos ao diário de bordo da redação da Tribuna Independente. Hoje foi tão tranquilo que até estranhei. Das minhas quatro páginas diárias que tenho que "fechar", pelo menos uma estava fechada no fim de semana, onde tirei para fazer um material especial sobre o 13 de setembro de 1957. Onde a Assembleia Legislativa do Estado entrou para a história da política nacional de forma sangrenta e trágica. Naquela sexta-feira, 13, de setembro de 1957, os deputados votariam o único impeachment de um governador de Estado - Sebastião Muniz Falcão.

A sessão nem rolou, visto que nem se iniciou. Um tiroteio fez a bala vadiar no plenário da Casa de Tavares Bastos. Deputado Humberto Mendes foi morto e uma dezena de pessoas ficaram feridas.

Amanhã, a Tribuna Independente traz um material feito para lembrar a data. Que inclusive também escrevi em 2010, não na Tribuna, mas aqui neste blog.

Ah, e como assunto do dia...os desdobramentos da prisão da prefeita de Anadia, Sânia Tereza - acusada da morte do vereador da cidade, Luis Ferreira.

O tempo tá tão tranquilo que deu pra escrever este post pra vocês...abração.

Eita povo brabo

Sempre fui fã de literatura histórica e por esses dias preparando-me para fazer uma matéria sobre a história da bala em Alagoas, deparo-me com uma situação que é a nossa. Desde os tempos da morte do bispo Sardinha, comido vivo pelos índios Caetés, ali pelas bandas que hoje fica o município de Coruripe, Alagoas não é lá uma terra bem vista pelo resto do país. Somos temidos.

Dizem que os sobreviventes da revolta de Canudos, na Bahia, se refugiaram em Alagoas e por isso um sentimento de cisma, valentia e revolta sempre fez parte do instinto do sertanejo.

Tudo era resolvido ou na bala ou na ponta de uma faca. A fama ecoa pelo ímpeto nervoso e até intempestivo dos antigos representantes nacionais da política local: marechais Deodoro da Fonseca, e Floriano Peixoto, além de Fernando Collor. Todos eles têm um quê de brabeza a mais.

Outro representante do ímpeto alagoano é o folclórico deputado federal pelo Rio de Janeiro, Tenório Cavalcanti, o Homem da Capa Preta, que fez história na Baixada Fluminense. Tenório e sua 'lurdinha' eram famosos entre os bandidos cariocas do início da segunda metade do século XX - lurdinha era a sua metralhadora.

Famílias e mais famílias eram dizimadas na bala. Como os Malta, os Calheiros - de Flexeiras, os Pagão e os Oliveira, em Rio Largo, os Mendes, em Palmeira dos Índios, enfim e por aí outras. Até a própria Polícia se permitia a isso, pois a fama da polícia alagoana - que matou Virgulino Ferreira da Silva - é de ser brava e corajosa.

Lembramos ainda o coronel Cavalcante, o saudoso Marcos Capeta, bandido procurado pelos quatro cantos do Nordeste. Até a forma do mapa de Alagoas é em forma de uma pistola, putzz. Existia até uma tabela imposta pelo Sindicato do Crime: juiz custava Cr$ 1.000.000,00; matar um deputado ou um prefeito custava Cr$ 500.000,00; vereador e delegado custavam Cr$ 200.000,00; a cabeça de um líder sindical era Cr$ 90.000,00; um professor - pasmem - Cr$ 250.000,00; comerciante, Cr$ 50.000,00; já para assassinar um comandante da PM era avaliado em Cr$ 2.000.000,00; o mais caro era matar o secretário de Segurança Pública, Cr$ 3.000.000,00. Engraçado, não tinha cotação ou valor, matar jornalista,promotor ou advogado. Piada, né!!!!

O crime institucionalizado levou até a formação da Gangue Fardada. O jornalista da Velha Guarda, Zito Cabral, chegou a dizer que se fosse fincada uma cruz branca em cada lugar do Centro de Maceió onde tombou uma vítima de homicídios do Sindicato do Crime, "o Centro seria um cemitério. Ninguém andava".

Desde aqueles tempos, entre 1950 até 1970, os líderes políticos ameaçavam pedir intervenção federal na segurança pública alagoana. Assassinato de políticos, advogados, juristas, cidadãos de bem, não é algo novo para o cotidiano alagoano. Uma pena mesmo, pois somos um povo ordeiro, calma, acolhedor e altamente cortez, mas o paradoxo se forma ao sermos comparados com o Afeganistão, com países em guerra. Ou seja, o que vemos hoje, com ou sem Sindicato do Crime não é novidade. Infelizmente!

domingo, 11 de setembro de 2011

Naqueles dias


Essa semana que findou me lembrou de meus tempos na capital federal. O ex-ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social - MDS) esteve em Maceió e designei o repórter Victor Avner, mas infelizmente a organização não cumpriu com o acordado um dia antes. Uma pena, e em virtude do horário, tive que pedir que Victor retornasse à Redação para concluir seu trabalho. Imagine um redação de jornal em plena sexta-feira. A visão do inferno na terra.

Gostaria eu mesmo de ter entrevistado o ex-ministro. Certa vez, tive a oportunidade de conversar com ele, em seu gabinete em Brasília. Idos de 2009, quando passei por aquelas bandas. Simples, jeito pausado de falar, Patrus enquanto gestor em Minas Gerais, tinha aplicado a gestão participativa.

Naqueles dias ainda estava na assessoria de imprensa do governador tucano alagoano. E o papo com Patrus Ananias foi justamente após uma reunião com o governador Teotonio Vilela Filho. Diferentemente de outros ministros mais pomposos, Patrus sentou calmamente, cruzou as pernas e conversou de boa sobre um projeto de criação de galinhas caipiras em quintais de famílias de baixa renda. O projeto já era realidade em Goías, Tocantins e Ceará. O governo de Alagoas estava avaliando a importação do projeto. Não vingou pelo jeito.

Pelo jeito estava com sorte. No mesmo dia, o Vilela se encontra com o ministro da Educação, Fernando Haddad e ele só falou fazer kut-kut em mim. "Tão jovem já assessorando um governador. Boa sorte", cumprimentando-me o ministro. Gente boa!!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Creia


Reze. Reze sempre. Ore para sempre. Reze, converse. Reze quando estiver com medo, quando estiver feliz também. Reze para agradecer. Reze mil vezes por segundo. Estabeleça uma relação com Deus, converse mesmo, dialogue. Papeie. Abra seu coração. Contemple sua graça. Ore!

Emocione-se. Transcreva suas iras, suas glórias. Chore. Libere-se. Peça. Agradeça. Reze. Ajoelhe-se. Infinitamente esteja com Deus no coração mesmo nos momentos menos impróprios. Respire. Sinta sua presença. Peça. Reze baixinho. Lentamente clame. Saiba a hora de parar, recomeçar, avançar e aceitar.

Encoraje-se. Ele estará contigo. Dobre os joelhos. ajoelhe-se, curve-se. A oração nos aproxima do Divino. As palavras repetidas como mantras nos elevam. Nos ajudam e nos confortam. Esses cânticos enobrecem nossa existência e nos ajudam a permear por tenebrosos dias, vales sombrios e noites traiçoeiras.

Reze. Eleja como rito a paz de espírito, o bem querer, a justiça, o equilíbrio, e a paz. A retidão, o caminho e a verdade serão aparesentados a nós naturalmente. Não segue a Deus? Que seja, não importa em o que você acredita, em quem você deposita sua fé. Sendo algo bom, tá ótimo. O que vale é seguir no caminho do bem, saudável, sem pisar em ninguém.

Medite. Entre em sintonia. Eleve seu espírito para algo maior. Seja altruísta. Andemos, não se preocupe apenas com seu corpo. Lembre-se da mente. Devote. Seja beato de si. Prefira ser canonizado pela paz de espírito, pelo amor e pelo equilíbrio. Conheça-se. Reveles-se. Aceite-se. Queira e seja feliz, mas reze. Pois só alcançamos a felicidades plena e quase divina, em paz e em equilíbrio conosco. Lembre-se disso.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

#Fica a dica


De repente já deu uma em você uma vontade de viajar. Sumir. Sair por aí apenas. Pegar o carro, moto, avião, ou simplesmente um buzão e sair sem destino. Ser desconhecido. Conhecer gente nova. Descobrir, ser descoberto. Perceber. Admirar ou até levar admiração. Encher a vista com paisagens e gente que jamais pensou enxergar. Simplesmente se maravilhar.

É, isso é vital para nossas células. Regeneração não deve ser apenas celular e sim de alma, espírito e graça. Novas sensações fazem nosso corpo florescer, mudar, reagir e exalar novo aspecto. Vivemos disso, caso contrário, padecemos. Morremos mais depressa. Criamos e cultivamos dentro de nós um câncer que nos contamina e se alastra. Toma nosso corpo da doença de alma, ficamos opacos e sem graça. Chatos.

Não se entregue. Reaja. Não se engane. Mude-se. Conheça nem que seja uma outra parte da cidade. Converse com gente mais velha, sorria com eles, e com gente bem mais nova compare-se, dê gargalhadas com eles. Descubra o mundo, o velho e o novo. Permita-se abrir suas asas e grite em bom e alto som que você é o rei do mundo. Não há limites pra você, permita-se.

Quando você está em um lugar desconhecido, pode ser outra pessoa. Seja. Tente. Mude. Prove. Saboreie. Viaje nas delícias de ter e ser outro ou outra. Aproveite. Mas, por favor, não esqueça de voltar ao ponto de partida e reconhecer quem de fato você é. Até por que a realidade pode até sair de férias, mas ela volta. O segredo é fazer a realidade ser cada vez melhor, agradável e perene.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Me solidarizo aos colegas

Ser jornalista é uma loucura mesmo. E ser jornalista em Alagoas está virando profissão de risco. Recentemente dois profissionais de grande valia receberam recados diretos contra sua vida. Thiago Correia (Tv Pajuçara) foi ameaçado por fazer uma matéria especial que denunciava um golpe sobre seguro em maternidades. E Niviane Rodrigues (Gazeta de Alagoas) foi ameaçada em pleno Plenário da Assembleia Legislativa do Estado.

O Sindicato dos Jornalistas emitiu nota de apoio - só vi a nota em apoio à Niviane, porém a Emissora de Tv não deixa barato e certamente não vai abandonar o profissional.

O jornalista se arrisca para mostrar a verdade, acabar com injustiças, fazer utilidade pública, enfim. Somos parte integrante para a perpetuação da democracia, assim como para sua existência. Nós enfrentamos cara feia, mal humor, telefones desligados, distâncias, fome, suor, sol, chuva, tudo em busca da informação. E ainda tem galera que está disposto a matar, espancar, intimidar para impedir que a verdade seja exposta.

Não é de hoje que esse tipo de coisa acontece em Alagoas, muito menos no país. Jornalistas já entrevistaram sob a mira de um 38, cercado de jagunços, sob o zunir das balas. Não é pra qualquer um. Os tempos são outros, eu sei, mas o tempo dos coronéis parece que não passou por aqui.

P.S.: Até o PT quer regular a imprensa....vê se pode....

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O caminho era esse...


Nada como uma mesa de bar para desarmar ânimos, unir forças, relembrar momentos, curtir a companhia, ouvir conselhos. Pitacos nunca são demais, conselhos por assim dizer sempre serão bem vindos. Mas o post serve mesmo pra lembrar outra coisa.

Esta semana sentei-me na mesa de um bar pra pôr o papo em dia com um velho amigo. Lembramos de um passado recente, onde tudo era diversão. Paqueras, frustações, histórias e mais histórias, algumas que nem me lembrava mais ou nem sabia.

As longas esperas pelos professores, garotas que não valiam a pena. Aquelas que fazem a gente penar e na maior cara dura ainda riem da nossa cara. Se fiquei chateado com o papo, que nada, nós rimos é muito com essas lembranças.

Eram dias em que todas as salas do curso de comunicação interagiam. Casais se formavam diariamente, e se fragmentavam do mesmo modo. Sem dores, corações partidos - nem tanto - , ou desabores maiores. Pelo menos por parte de nós homens. Por que as garotas maximizavam suas derrotas e batalhas, dando dividendos até hoje. Tem ransos entre gente do Cos que rende até hoje.

Como era legal ir toda tarde lá longe na Ufal. Ir até o bloco 13, percorrer aquele corredor sem fim, sentir aquele ventinho que saia do lado vasado, ficar olhando pra caras dos professores, em sua maioria sem motivação ou tara de nos ensinar. Era uma lástima, mas a gente adorava. Eu mesmo curtia e muito.

Tive paixões, amores, cultivei amigos pro resto da vida e até hoje, não perdi nenhum, creio eu. Até por que quando encontramos um único amigo perdido daqueles tempos, a festa é a mesma.

Encontros em mesa de bar deveriam ser feitos com maior regularidade. Pro bem de nossa saúde mental.....