segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Em ritmo verde e rosa


Chegôôôôoooooôôôôoooo, a Mangueira chegôôôooooôôôoooo! Não me perguntem como nem por que um alagoano foi se apaixonar pela Estação Primeira de Mangueira, uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro. Em uma visita que fiz à Cidade Maravilhosa em 2008 tive a curiosidade de visitar um ensaio da bateria mangueirense, resultado: o coração não batia, ele rufava.

Desde pequeno já tinha uma simpatia pela Mangueira. Seus desfiles ostentosos, harmoniosos e empolgados faziam-me vibrar e torcer pela escola. Foi então que começou sem explicação alguma. Pois é, dizem que paixão surge assim,sem explicação, sem motivo ou razão. Até por que razão é uma coisa que tira folga durante o Carnaval, né verdade?!

A Estação Primeira de Mangueira nasceu em agosto de 1902 pelas mãos, ou melhor, pelo samba de Carlos Cachaça,que levou o samba ao Morro de Mangueira. A escola de samba em si foi fundada em 28 de abril de 1928. O morro ainda deu ao mundo não apenas o samba, mas um de seus maiores poetas: Cartola. Um dos maiores compositores brasileiros teve a Mangueira como casa e em nome do amor e dedicação a ela, suas mais belas canções tiveram o morro como pano de fundo.

A escola desfila oficialmente na Sapucaí no dia 6 de março onde ela vai em busca de mais um estandarte para sua sala de troféus. Ela foi campeã em 1986 com o enredo Caymmi mostra ao mundo, o que a Bahia e a Mangueira têm, bi no ano seguinte com o enredo No Reino das Palavras, Carlos Drumond de Andrade. Em 1998, a Estação Primeira de Mangueira dividiu o título com a Beija-Flor. O último título da Mangueira foi em 2002 com o enredo Brasil com z é pra cabra da peste, Brasil com s é Nação do Nordeste.

No ranking da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, que contabiliza os resultados de 2006 a 2010, a Mangueira está na 6ª colocação. Vamos torcer que este ano, ela consiga fazer um desfile empolgante para fazer a avenida tremer e sorrir de alegria. É fazer figa e cantar junto.

Chegôôôôoooooôôôôoooo, a Mangueira chegôôôooooôôôoooo!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Carnaval de cada um


A vírgula do ano já é semana que vem. O Carnaval tá aí batendo na porta e tem pra todo gosto. O frevo de Olinda, a mistura cult de Recife, a esbórnia de Salvador, a tradição do Rio de Janeiro, o mapa da folia é diversificado e acolhe todo mundo. Em Alagoas, o folião pode curtir todo seu litoral. De Piaçabuçu até Maragogi, a brincadeira rola solta, porém com destaque sempre da popular Paripueira a estilosa Barra de São Miguel. No interior ainda tem animação em Atalaia, Murici, Capela, Delmiro Gouveia, Penedo, Porto de Pedras...até por que quem faz a festa é a turma. Qualquer lugar é lugar.

Seja onde for, a energia é uma só. Cada ritmo, seja o axé, o samba, o fravo, o que for, o brasileiro ganha no início do ano um hiato do trabalho para recarregar as baterias para continuar, ou melhor, começar o ano.

Na capital alagoana, famosa por suas prévias carnavalescas, a partir desta quinta-feira, 24, o baile municipal abre os festejos brincantes. E no sábado, o tão esperado desfile dos blocos de renome de Maceió: As Peçinhas e o Pinto da Madrugada.

Em meio a tanta folia, o blogueiro aqui prefere ficar na sombra com água fresca, apenas descansando. Cada um no seu cada um! Aproveitem...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Aprender sempre


"Ó, vim aqui falar com o juiz da Vara do Meio Ambiente", jornalista pedindo ajuda no Ministério Público Estadual. Não sei se tal equívoco aconteceu mesmo, porém certamente acontece algo semelhante cotidianamente. Não apenas no MPE, Tribunal de Justiça, Ministério Público Federal, Defensoria Pública, em diversas esferas jurídicas muitos colegas de imprensa tropeçam.

Pensando nisso, o Tribunal de Justiça de Alagoas, por meio da Escola Superior da Magistratura Alagoana (Esmal), promovem o Curso de Aperfeiçoamento em Poder Judiciário e Sistema Judicial para profissionais da imprensa.

Excelente iniciativa do Poder Judiciário que contribue, entre outras frentes, para melhorar a qualidade da informação trabalhada e produzida pelos colegas da comunicação. Qualquer medida que venha otimizar o trabalho destes profissionais é a sociedade que sai ganhando. Vamos deixar o orgulho de lado, abrir bem olhos, ficar bem atento e aprender.

De 26 de março até 18 de junho, profissionais e estudantes de comunicação vão ficar mais por dentro de como funciona o Judiciário, quem manda, onde atua, o que faz, e como faz. Os trâmites, os termos corretos, os caminhos, as instâncias, e tudo mais....parabéns, pessoal!

Se orientem, rapazes


Realmente o futebol nacional está passando por uma necessária fase de mudança. Moralizar e profissionar o esporte bretão às vésperas de uma Copa do Mudo é o mínimo que pode ser feito. Mas é pra já. A crise do Clube dos 13 e CBF demonstra a instabilidade de humor dos dirigentes que mancha nosso esporte.

A polêmica Taça das Bolinhas que vai e volta é apenas um sinal da desorganização. Primeiro, Flamengo tinha perdido na Justiça o título nacional de 1987, privilegiando o Sport de Recife. Aí então, como o São Paulo teria então chegado aos cinco títulos brasileiros, a CBF decidiu entregar em 'definitivo' a taça. Só que estranhamente, a CBF voltou atrás e decidiu devolver o título brasileiro de 1987 ao rubro-negro carioca. Confusão, né. Isso na mesma semana em que a Caixa Econômica Federal entregou a Taça das Bolinhas ao São Paulo. Já nesta quarta-feira, 23, o tricolor paulista diz que vai entregar a taça, porém exige uma cópia.

Pra completar, o principal grupo representativo dos principais clubes do país está se fragmentando. Vasco, Botafogo, Flamengo, Fluminense, e hoje o Corinthians, se desfiliaram do Clube dos 13. Que está cada menor e com menos poder. Tudo por motivos econômicos, onde direitos de transmissão, privilégios a emissoras de Tv, divisão desigual de ganhos....e picuinhas mil ajudaram no definhamento do grupo.

Bem...se toda essa divisão vier para somar mais à frente e dar um rumo ao nosso futebol, bom, legal. Mas dividir para terminar de acabar com o futebol nacional é lamentável. É necessário lembrar a CBF que todas as obras de estádios e de infraestrutura no país estão atrasadas. Será que dá tempo? Será que teremos tino para organizar nosso principal esporte? E os cartolas, quando vão parar de focarem no din din e decidirem de vez profissionalizar a cartolagem? Tais respostas não sei....com a palavra os cartolas.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Só por lá mesmo....

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, vai abrir licitação para a contratação de empresas que façam sua assessoria de imprensa. A informação é do portal Comunique-se e me fez refletir sobre a situação que nos deparamos em Alagoas. A mesma notícia do Comunique-se destaca que outras secretarias municipais também terão licitação para contratar novas empresas para realizar o trabalho de comunicação.

Lá, diferente como aqui, o trabalho é profissional e não envolve paixões, conhecidos, favores de cumpadres, indicações ou similares - bem...até que tem as indicações políticas, porém são mais costuradas e não afetam a conjuntura profissional - ou não também. É por que nos deparamos com um complicador.

Em centros comerciais como São Paulo, o bom não serve, deve ser ótimo. Porém, infelizmente aqui tem assessor de imprensa e de comunicação que não sabe nem escrever um release. Não sabe filtrar as informações importantes, priorizar, fazer um estudo interno de aceitação, que sá externo. Em Alagoas, o segmento está crescendo e não é mais encarado como cova de jornalistas.

Nadando contra a maré tem muito carinha também que dá show de assessoria. Orienta, coordena, estuda e trabalha sua assessoria em prol do seu assessorado e ao mesmo tempo vende sua informação com dignidade.

Veja só, ainda de acordo com a matéria, também reproduzida pela Folha.com, já realizaram tal serviço na Prefeitura Municipal de São Paulo 12 empresas de comunicação. Imagine se fosse assim pelas bandas caetés? Bem...aqui o profissional faz uma merda na assessoria e o assessorado passa a mão na cabeça dele, ou não o tira por outros motivos escusos.

Mas não vou fazer aqui a caveira de nossos bravos colegas. Não há condições de trabalho é bom que se ressalte. O gestor ou a pessoa pública em Alagoas não sabe ainda a real função e a necessidade de um assessor de comunicação. O amadorismo ainda é gritante por ambos os lados. E sabe quem tá preocupado com isso? NINGUÉM.....rsrsrrr

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Entre elas


As histórias antigas já contadas estão escritas nas estrelas. A minha, a sua, a de muitos de vocês que estão lendo esse post devem estar lá. Histórias de amor, de ruína, glória e lágrimas ficam para trás e ao invés de se tornarem passado ou simples memórias, elas se tornam nosso julgo, nossa âncora, uma cruz. Histórias de tempos remotos, infantes, juvenis, ou até mesmo contemporâneas, mas que de tão efêmeras se desfazem como a poeira do tempo.

Todos nós a temos. Nem sempre elas acabam como gostaríamos, lamentamos por isso, mas nosso pesar não é o bastante para corrigirmos erros. Quem dera se pudéssemos retornar para reviver instantes de alegria e plenitude. Fortes emoções que nos lapidaram e nos fizeram como somos, minto, me perdoem, não foram os tais momentos de regozijo que nos moldaram, jamais. A lição vem apenas com a dor, com o lamento, o pranto, o erro.

Talvez seja por isso que sempre quando observamos o luar, o céu estrelado, a imensidão negra do horizonte noturno, nós viajamos, flutuamos num mundinho só nosso. Por favor, por favor, nesse mundinho não pecamos, não fazemos mal a ninguém, apenas pensamos, inocentemente devaneamos uma realidade fantasiosa que só nós podemos entrar. São aqueles segundos que ficamos olhando sem respirar...e quando puxamos o ar...é bem fundo...fundo mesmo...é como se tomássemos novo fôlego pra enfrentar a nossa realidade.

Não que nosso mundo real seja ruim ou insatisfatório, nem sempre. As histórias que o céu conta são nossas, nossas memórias, pensamentos secretos, que todos temos direito, independente de gozo atual ou não. Indefere. Não esqueçam, são apenas histórias, só histórias. Fatos que se foram, e não voltam. Estão lá guardados entre nebulosas, asteróides, planetas e estrelas, tão distantes de nós que nem podemos alcançar. Acho que é por isso que as antigas histórias ficam por lá, para que nenhum ser vivo possa trazer de volta tudo o que se viveu.

Mais uma vez, pra deixar claro aos navegantes, ou diria astronautas....não se trata de nostalgia melancólica. Quando estamos admirando as estrelas, a paz toma conta de nós e nem o ar é necessário nesse momento, nós estamos atônitos, hipnotizados pelo passado, pela memória que a ninguém ofende e ninguém maltrata.

Portanto, ao erguer as mãos aos céus para falar com Deus, peça-o para guardar bem suas memórias e diga a Ele que não deixe ninguém pegar. As histórias estão entre as estrelas, e ligando uma na outra, revivemos cada momento. Amém!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Profissão perigo II: repórter


Quem é o cara que faz as perguntas que você gostaria de ter feito para aquele político? Qual é a figura que sobe e desce grota atrás da polícia e ainda por cima tem em seu ouvido o zunir dos tiros? Quem é que dá o peito num fogo cruzado para mostrar as barbáries de uma guerra? Quem é que vê e comprova a denúncia? Quem sente o calor da rua, recebe porta na cara, mal humor de entrevistado, ameaça de policial, conversa e se diverte com as gírias dos traficantes? Quem come poeira no Sertão, ou ainda cai na gargalhada diante de discursos fantasiosos de políticos e suas falsidades? putttzzzzzzz......por essas e outras que o bichiguento do repórter não merece nem feriado....Hoje é o dia dele - eu me insiro também.

Vamos deixar claro que repórter é uma mera função do jornalista, assim como editor, redator, apresentador, enfim....só para deixar bem claro! Porém, o espírito de repórter jamais deve ser abandonado. A tara de fazer uma matéria bem feita, bem escrita, bem falada, narrada, como queiram, essa gana de fazer bem, nunca pode sair do profissional do jornalismo.

Não devemos cair na mesmice, no comodismo, é a morte do jornalista. O relaxamento nos limita e amputa nossa tão rica criatividade. Cega aquele olhar que todo mundo conhece no momento após escrevermos nosso material. Tal olhar que deve ser tangido pelo olhar popular, do povo, olhar social mesmo. Entender o que é mais importante para a vida do cidadão. Pena que o jornalista não tem opinião, ele atende ao posicionamento do órgão que paga seu salário....afff, terrível, né, é a real.

Enfim....deixo aqui meus parabéns aos profissionais que trabalham duro no dia a dia para levar ao cidadão notícias, informações, utilidade pública e tudo aquilo que possa ser usado à favor da defesa dos direitos sociais. Ufa...somos os arautos da verdade? Nem sempre...respiramos notícias, vomitamos indignação, transpiramos inconformismos e somos topados de desconfiança...assim somos. Somos questionadores por natureza. Antenados por obrigação, e ligados por definição.

Detalhe, sempre ouvi isso de alguns colegas mais experientes: "o jornalista é o único profissional que deve saber falar sobre qualquer assunto durante, pelo menos, cinco minutos". Bem,....como todo repórter é jornalista, mas nem todo jornalista é repórter....fica o lembrete!Definitivamente...não é pra qualquer um.

Viva

Ontem fui dar uma força a dois amigos que tiveram a terrível incumbência de enterrar a mãe. Não consigo imaginar a imensidão da dor de perder nossa genitora. Meu Deus, que Ele dê saúde para nossas mamães por um bom tempo. Chega dá arrepios de pensar nisso, mas enfim. Foi difícil.

Diante de um silêncio sepulcral - literalmente - vi como somos descartáveis. O marido da falecida era um boêmio inveterado, milhões de amigos de mesa de bar, companheiros momentâneos que enchiam as noites de farra com alegria e bebedeira, ontem, eles faltaram, eles se eximiram da definição real de 'amigo'.

Dá dó, viu, e ao mesmo tempo revolta. São em momentos assim que sabemos com quem de fato podemos contar. Lembramos dos dias em que tapinhas e sorrisos eram os combustíveis de dias e mais dias de fartura fraternal, quando olhamos novamente....onde estão? Paciência...!

A cada sepultamento que vou retorno com a lembrança da certeza que todos deveríamos ter: não somos nada. E é por esse motivo que diariamente temos a obrigação de darmos tudo de nós. Seja no trabalho, em relacionamentos, família, ...o que for. Vivemos apenas uma vez - quer dizer....eu acho...rsrsrs - temos que fazer valer.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Beleza interior


Como cinéfilo peço perdão por ter deixado de assistir um filme como 'Preciosa - Uma história de esperança' apenas agora. Poderia muito bem ter conferido a mensagem forte da história ainda no ano passado. Entretanto confesso que fiquei com receio de ficar chocado com a história de Clareece Preciosa Jones, tão aclamada em 2010 e falada pela comoção que o longa despertou no público.

A novata atriz Gabourey Sidibe soube transbordar sua carga emocional diante de um personagem tão denso e complexo. Preciosa é uma menina negra, gorda, analfabeta, 16 anos, mãe de uma criança com síndrome de Down, soro positivo, grávida novamente do próprio pai que a estuprava, e filha de uma mãe pé no saco que a molestava quando criança.....bastou ou quer mais?

O tamanho do sofrimento relatado no enredo do filme é qualquer coisa de dar mais que dó, é fazer mais uma vez a gente pôr a mão na consciência e se tocar. A vida não é fácil para pessoas normais...imagine para uma 'preciosa' da vida. Fiquei emocionado com o filme e ainda mais com a coragem e esperança que o personagem teve diante dos problemas.

Pôxa, pessoal, não importam seus problemas, o que vale é a sua força para superá-los. Preciosa sempre que se deparava com momentos de tristeza e de dor, ela viajava na maionese, fantasiava, saia daquela situação como uma forma de proteção...sei lá. A construção do filme foi maravilhosa, o diretor Lee Daniels foi primoroso.

Portanto, pessoal, aluguem, assistam, comprem, enfim...e preparem-se para se emocionar. São histórias como essas que apresentam uma vida diferente para nós. Mostram do que somos capazes, e o que podemos fazer para sermos felizes. Tenham fé e erguam a cabeça. Preciosa neles....

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Ritual: fé e ceticismo


Fazia tempo que não comentava um filme, pois então a bola da vez é o longa "O Ritual". Ele estreou nas telonas de Maceió este fim de semana e pelo que vi, arrancou não apenas gargalhadas do público nos momentos de descontração, mas também deixou o espectador católico intrigado ou no mínimo com aquela cara de assustado.

A película é dirigida por Mikael Hafström e traz um embate angustiante entre o ceticismo e a fé. Os diálogos são bem construídos e causa incomodo nos católicos mais fervorosos. Além do debate teológico, o filme, que é baseado em fatos reais, tem no elenco o veteraníssimo Anthony Hopkins e o jovem Colin O'Donoghue em discussões acaloradas, quando o personagem do veterano ator tenta tirar as dúvidas do cético padre pelego.

Em paralelo, você ainda vê um Rutger Hauer irreconhecível faz uma pontinha no filme, assim como a bela brasileira Alice Braga - sobrinha de Sônia Braga. Ela ultimamente tem andado bastante nas produções norte-americanas e faz bem, muito bem, não apenas desfilando seu talento, mas seu corpo e seu rostinho ajudam muito...ôôô!!

Quem for ao cinema esperando gritos, cabeças girando e vômito de ervilha...não se engane. O filme é mais categórico e aposta em algo mais real, sem muita fantasia. Quase ia esquecendo de dizer um pouquinho do filme. O ceticismo de um jovem o incomoda tanto que ele vai buscar a luz num seminário e em seguida, segue direto para a capital da fé mundial: Roma.

Como se sabe...para se existir o bem, o mal também deve haver. O mesmo acontece com Deus e o Diabo. Essa antíntese não era bem degustada pelo jovem padre Kovak. O padre Lucas (Hopkins) é que foi designado a por Deus no coração e na cabeça do cidadão. Bem... se ele consegue ou não....só assistindo o filme.

Detalhe....eu adorei o filme não apenas pelas vendetas verbais entre os protagonistas, mas gosto em primeiro lugar de filmes que me surpreendem, fogem do roteiro comum e pragmático, "O Ritual" conseguiu.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Dona Maria, bodes e carneiros...


Ninguém em sã consciência cortaria o Sertão alagoano à noite sob o risco de ficar na mira de espinguardas ou ainda acordar dentro do carro com o zunido das balas comendo no centro. Mas como todo mundo tem um pouco de doido mesmo...já viu. Eu, meu repórter fotográfico Neno Canuto e nosso motorista Carlos Aquiles em nome de um "descanso" nos aventuramos nessa empreitada.

Tudo por que tínhamos um compromisso muito cedo na cidade de Mata Grande - uma das sete cidades alagoanas situadas no Alto Sertão nordestino. A cidade que faz divisa com Pernambuco é conhecida pelo clima frio e agradável durante à noite. Chegamos por volta das 21h e fomos ao nosso abrigo, a residência de uma das famílias mais conhecidas de Alagoas: os Malta. Mais calma, essa nova geração não impõe o medo como abrir portas. Os tempos mudaram e graças a Deus para o bem.

Após uma dormida bem confortável fomos pra nossa pauta. O Estado doou equipamentos para qualificar a produção leiteira da região. Mas o legal como sempre não é nem a pauta em si, mas o backstage. Lá conhecemos uma figura de marca maior: dona Maria Rosa. Ela nem sentia o calor que passava dos 40º...era sorrisos e mais sorrisos, abraços ela também não economizou, quem aparecia ela distribuia carinho e o polegar em riste em sinal de positivo.

O melhor ainda estava por vir....constrastando com o cenário de miséria, habitual no Sertão, a culinária da região enche a boca de água...Pense! Paramos em duas cidades para degustar o majar dos deuses nordestinos: bode guizado e carneiro na brasa.

Tanto em Santana do Ipanema, como em Palmeira dos Índios ambos os pratos foram traçados como se come caviar...com parcimônia para apreciar o sabor...nnooouuusssaaa senhora, bom demais. Que venham novas viagens para encher nossa cabeça de histórias e nossos buchos de quitutes regionais!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Amarelo manga do Sertão


Retorno nesta quinta-feira ao Sertão alagoano - região que tanto gosto de estar. Não pelo sol de rachar qualquer cucuruto, muito menos pela temperatura insana, curto aparecer por essas bandas por causa de seus contrastes, de suas particularidades e de seu povo e a fotografia em geral do lugar.

Em especial, prefiro a gente que persiste em sobreviver numa terra tão inóspita. Eles nos dão a lição constante que precisamos para agradecer pelo que temos.

É um povo que mesmo com o rosto enrrugado e sofrido, castigado pela vida árida ainda é capaz de dar o sorriso mais autêntico que você poderá ver em vida. Em terras como de Mata Grande, cidade que visitarei, as pessoas são reféns dos grandes senhores de engenho - êpa, não errei de época.

Os fazendeiros, grande latifundiários ainda utilizam práticas dos tempos da colonização. A lei ainda é a labuta na terra, com um ganho apenas...pra se acomodar ainda mais...."vamos fazer filhos para ganhar mais do Bolsa Família"!

Gosto de ficar olhando os pássaros voando e num bailar único buscam por açudes ainda com água ou um pouco de barro para molhar a moela. Em alguns lugares, escassos ainda, é possível ver vegetação verde e sadia, mas não a confunda com a palma, única fonte de comida para o gado que ainda não morreu. Ver a caatinga, a mata seca, arbustos, galhos...lembrar o quanto já andei a mudança que presenciei.

A realidade que tentei descrever está mudando. Hoje, cada cidadão desse que mora no Sertão, tem no mínimo uma cabeça de gado, pra ao menos dar leite, tem a palma, tem o governo pra ajudar, seja estadual ou federal. Os órfãos sofridos da terra ainda existem mais estão em menor número, graças, mas o sofrimento não diminui, isso sim...no Sertão é de monte...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mais uma Secom...

Lá naquela rede social quase morta..rsrssr...brincadeirinha! No Orkut recebi o convite do pessoal que está organizando a 11ª Semana dos Estudantes de Comunicação Social (XI Secom). O evento foi criado em 2000 e serviu para receber os feras de Jornalismo e Relações Públicas, egressos no Vestibular de 2000 da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

É com muita alegria que recebi tal convite por que a cada ano vejo que os alunos continuam mantendo a tradição que começamos. Jornalistas e relações públicas viviam em pé de guerra antes do ano 2000, pelo menos na Ufal. O motivo não era apenas o mercado de trabalho, ou ainda as birras cotidianas da convivência humana, mas era a simples antipatia. A cisma era semelhante a duas agremiações rivais dividindo o mesmo bairro ou cidade.

Ainda como calouro percebi a estranheza entre as galeras. Porém, eu já tinha amizade com alguns integrantes do curso do RRPP. Então...unimos o útil ao agradável, começamos a planejar o primeiro evento de recepção dos futuros feras, agora juntos. Não foi fácil...lidar com gente é fogo, viu. Pôr vaidades de lados, pensar em pessoas que você nem conhece, mas preparar algo que todas as tribos possam gostar, e assim apresentar como funciona o Departamento de Comunicação Social (Cos) e os caminhos da Ufal.

Foi o ponta pé inicial...desde então as turmas não se desgrudaram. Fizemos festas e mais festas naquele Cos, colocamos ele de ponta a cabeça. Até fizemos uma Rave dentro do Cos, eu quis dizer dentro mesmo...nos corredores, banheiros...uuiiii...gente, foi bacanal! Putz...quem se revelou, se revelou, quem pegou, pegou..e pronto. Foi e foi....bons tempos.

Portanto, pessoal que hoje está comandando os destinos da XI Secom...parabéns e boa sorte. O tempo é de vocês e é agora!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

E a gente ainda reclama...


Tá uma loucura! Peço perdão aos meus seguidores pela ausência de posts. Meu sumiço se deve às minhas viagens pelo interior do estado. Barra de São Miguel, Paulo Jacinto, Quebrangulo, Branquinha e Murici, esses foram as cidades que visitei recentemente. Do litoral até o Sertão, Agreste e Zona da Mata de Alagoas cortei essas estradas cobrindo minhas pautinhas.

O legal dessas viagens é conhecer a vida, a realidade de gente que jamais imaginaríamos em conhecer. Pessoas de fibra, sofridas, porém não ligam para o ranso da dor. Em especial destaco duas figuras que mostraram para mim que fatos ruins acontecem para nos encaminhar para roteiros diferentes de vida. São em momentos de aflição que ganhamos a oportunidade de termos um final alternativo, eu diria.

Seu José Aparecido, 44 anos, é residente no município de Branquinha - cidade devastada pelas enchente de junho de 2010, e perdeu o pouco que tinha na enxurrada. A mulher e os seis filhos dele moram agora nos acampamentos provisórios. Aparecido teve todo motivo do mundo para se desesperar e cometer uma loucura. Imagine se ver sem emprego, sem casa, e com sete bocas para alimentar....digaê!

Pois bem, ele faria tudo que um pai de família faria: correu atrás. Aparecido sem saber de nada...quis aprender o ofício de pedreiro e agora é ajudante de pedreiro e está construindo sua futura casa no conjunto residencial que além dele vai abrigar os demais desabrigados. "Sinto muito orgulho de ter aprendido uma profissão e hoje realizo sonhos", disse.

A mesma gratidão com a vida, mesmo com a tragédia, é o falastrão e sorridente Reginaldo Barbosa da Silva Dantas, 29 anos. Bem...Reginaldo é da cidade de Quebrangulo e apesar da dentição ser pouca, ele não poupa sorrisos. Apesar de jovem na idade sua aparência envelhecida de anos de labuta no campo não diz nem de perto de como ele encara a vida.

Num sol de mais de 40º, em pleno Sertão alagoano, o camarada contava piadas e já fazia planos de ampliar sua casinha, nem bem concluída. Ele era agricultor, só fazia isso na vida. Aí veio a seca e acabou com tudo. Aff quando não é água, é falta dela! Cruz credo, enfim...assim como Aparecido, Reginaldo conheceu o ofício no canteiro de obras da reconstrução da cidade.

Eles são apenas alguns exemplos que fazem a vida valer a pena. Pessoas que tinham tudo para entregar os pontos e não o fizeram, seguiram....continuaram. Fica a dica